Acordo entre Diadema e Sabesp é decisão política, avalia Reali

Publicado em 23 de setembro de 2013.

Clipping elaborado pelo Instituto Diadema de Estudos Municipais


O ex-prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), explica em entrevista ao Repórter Diário , por que o atual prefeito, Lauro Michels (PV), resolveu entregar a Companhia de Saneamento Básico de Diadema (Saned) ao governo do Estado de São Paulo.


"Eu não faria (o acordo) desse jeito”, afirma Reali. “A Caed era um desenho melhor. Tínhamos governabilidade sobre os investimentos e sobre a cobrança da tarifa à população, mas o prefeito é o Lauro. Não encaminhamos a criação da empresa (mista) no final do meu governo justamente porque achávamos melhor não fazê-lo sem que o novo prefeito estivesse de acordo".

Leia o texto na integra abaixo.


 Acordo entre Diadema e Sabesp é decisão política, avalia Reali 


 sábado, 21 de setembro de 2013 23:27
 Cíntia Alves

A concessão dos serviços de saneamento, por até 30 anos, feita pelo atual chefe do Executivo de Diadema, Lauro Michels (PV), à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado), foi uma "decisão política", sem fundamentos técnicos evidentes, avaliou o ex-prefeito Mário Reali (PT) em entrevista ao RD.

O acordo anunciado em agosto pôs um ponto final na possibilidade de unir a autarquia estadual à Saned (Saneamento Ambiental de Diadema). O projeto, que daria origem à Caed (Companhia de Água e Esgoto de Diadema), era a menina dos olhos das gestões petistas. Acuado pela hipótese de sofrer sequestros de receita já autorizados pela Justiça, Michels entregou a gestão da Saned ao Estado para amortizar uma dívida histórica de quase R$ 1 bilhão. Para Reali, tanto a administração municipal quanto a Sabesp não esclareceram quais os critérios técnicos utilizados para a ideia da fusão de lado.

O ex-prefeito afirmou que a Saned tem faturamento anual de aproximadamente R$ 100 milhões e que, até o final de seu governo, a Sabesp, atualmente presidida por Dilma Pena, admitia dar sequência aos estudos para viabilizar a Caed. "No balanço da Sabesp, de 2012, foi colocada uma nota técnica dizendo que estávamos caminhando para uma proposta avançada. É estranho que, de repente, ela [Pena] não ache viável. Acho que foi uma decisão mais política do que técnica. Se mudaram as condições, como era possível discutir até aquele momento?", indagou.

A declaração de Reali contrasta com o posicionamento da presidente da Sabesp. Em coletiva de imprensa realizada no início de setembro, Pena afirmou que a Caed era um projeto pouco interessante tanto para o município quanto para o Estado. A dirigente explicou que mesmo com a fusão, Diadema continuaria endividada. "Eu não faria (o acordo) desse jeito. A Caed era um desenho melhor. Tínhamos governabilidade sobre os investimentos e sobre a cobrança da tarifa à população, mas o prefeito é o Lauro. Não encaminhamos a criação da empresa (mista) no final do meu governo justamente porque achávamos melhor não fazê-lo sem que o novo prefeito estivesse de acordo", afirmou Reali.

O acordo entre Diadema e a Sabesp prevê que a cobrança da tarifa atual, de R$ 0,90 por metro cúbico de água, será mantida pelos próximos 18 meses. A majoração para equiparar o valor ao praticado na região metropolitana será feita a partir de 2015, com acréscimos ano a ano até 2021. O termo ainda estabelece a incorporação dos 293 funcionários da autarquia municipal pela estatal, e investimentos em Diadema da ordem de R$ 430 milhões. A prefeitura receberá mais R$ 95 milhões do governo do Estado para investimentos em infraestrutura.  

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